AGRICULTURA 5G

O uso da tecnologia está revolucionando as relações de trabalho no campo brasileiro e, atualmente, estamos no limiar do advento de uma novíssima tecnologia, a 5G, que começou a ser adotada no ano passado no Brasil.

Em 1980, por exemplo, a colheita de cana-de-açúcar, na maior parte das regiões do país, era realizada por meio de trabalhadores braçais, conhecidos como “boias-frias”, uma realidade que perdurou até os anos 1990. Hoje, cerca de 90% da colheita da cana-de-açúcar já é mecanizada. O mesmo acontece com outras culturas agrícolas, que vêm utilizando cada vez mais a tecnologia para reduzir o uso do trabalho braçal e aumentar a produtividade. 

A tecnologia 5G vem sendo desenvolvida desde os anos 2000 e representa a 5ª geração das redes móveis. Ela tem uma velocidade de conexão e download de dados que varia de 600 Mb/s a 2 Gb/s, o que representa melhor qualidade de resolução de imagens, sons e vídeos.

Trata-se de uma tecnologia que é 20 vezes mais rápida do que o 4G, que já está instalada em boa parte do país. Com velocidade e alcance maiores, a expectativa é de que regiões remotas do país, onde hoje nem a tecnologia 4G chega, recebam finalmente cobertura de internet. 

A tecnologia 5G utiliza várias faixas de frequência, sendo a mais importante a faixa de 3,5 GhZ. Ela tem uma alta taxa de conectividade e baixíssima latência – tempo do transmissor ao receptor –, favorecendo a realização de serviços complexos, como telemedicina, carros autônomos e, no campo, equipamentos de monitoramento, como drones e máquinas.    

O fator mais importante para a agricultura é a ampliação da conectividade, já que, de cinco milhões de empresas rurais no Brasil, cerca de 3,64 milhões trabalham off-line, ou seja, não possuem conectividade. Com a tecnologia 5G, essa situação vai mudar gradativamente. Estudos calculam que para cada 25% de conectividade haverá um aumento de 6,3% na arrecadação das empresas agrícolas.

Embora em um primeiro momento muitas empresas agrícolas ainda não tenham disponível a tecnologia 5G, com a conectividade, elas poderão ter acesso ao 4G. Essa conectividade foi possibilitada pelas características do leilão brasileiro, que priorizou a abrangência (90%) sobre a arrecadação.

Internet das coisas

A tecnologia 5G permitirá a conexão de vários dispositivos à internet, viabilizando a implementação da internet das coisas (IoT, iniciais de internet of things) em larga escala. A IoT se refere a uma rede de objetos físicos incorporados a sensores, softwares e outras tecnologias, de modo a conectar e trocar dados com outros dispositivos e sistemas pela internet.

Além do celular e do computador, equipamentos que dependem da internet para funcionar apropriadamente, a IoT é voltada para todos os demais equipamentos do cotidiano das pessoas, das empresas ou até de uma cidade inteira. Entre os exemplos mais comuns de IoT, podemos citar o sistema de compras automáticas, iluminação, televisão e geladeiras inteligentes, inclusive com comando de voz.

Mas, em uma escala mais ampla, a internet das coisas pode ser aplicada a redes de transporte e máquinas que permitem a redução do desperdício, melhoramento da eficiência do uso de energia, por exemplo. No caso do campo, a IoT permitirá ao agricultor monitorar máquinas e buscar subsídios para tomar decisões mais rápidas e precisas, ampliando o acesso aos sistemas de telemetria já existentes.

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